O TDAH é muito comum por seus sintomas como dificuldade de concentração, agitação, atitudes impulsivas e distração, mas você sabe ao certo o que é o TDAH?
O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno relativamente comum que atinge cerca de 5% das crianças, sendo considerado um transtorno neurobiológico. O TDAH afeta o relacionamento e o desenvolvimento em ambientes escolares, trabalho ou social e por isso necessita de acompanhamento especializado.
De acordo com estudos, sua causa provém do resultado de uma combinação de alguns fatores como genéticos, ambientais, biológicos e sociais e neste caso a criação dos pais não tem grande fator de influência. O consumo de álcool e nicotina durante a gravidez ou até mesmo o sofrimento fetal na hora do parto também surgem como possíveis causas, mas ainda não existem estudos conclusivos sobre o tema.
Por ser um transtorno neurobiológico, o TDAH afeta a região frontal do cérebro, onde comportamentos inadequados são inibidos, afetando também o autocontrole, organização, memória, atenção e planejamento. Segundo a OMS Internacional, o TDAH possui 18 sintomas divididos em 3 grupos, sendo 9 relacionados à desatenção, 6 à hiperatividade e 3 à impulsividade.
Quando falamos em faixas etárias, o TDAH se manifesta de diferentes formas, de acordo com a vivência do paciente:
Infância: é possível observar os sintomas principalmente nas dificuldades na escola provocados pela desatenção, dificuldade em finalizar tarefas e permanecer sentado, esquecimentos, no relacionamento com colegas e professores;
Adolescência: dificuldade em lidar com regras e limites são os principais pontos a serem observados em um adolescente com suspeita de TDAH;
Adulto: desatenção, falta de memória, impulsividade associados à ansiedade, alterações de humor, depressão, abuso de álcool e drogas.
No episódio #83 do Lutz Podcast, o convidado da vez foi Saymon Veiga, acadêmico de psicologia e idealizador do projeto TDAH pra Gente Grande. No programa ele ressalta alguns sintomas como não conseguir inibir os comportamentos, mesmo que eles sejam considerados inadequados para o ambiente em que ele está inserido. Pelo paciente viver no presente existe um aspecto mais impulsivo e hiperativo. Pensamentos acelerados também fazem parte do dia a dia e a falta de foco por se distrair com pequenas coisas que chamam atenção, não conseguindo seguir numa mesma tarefa por muito tempo ou se organizar.
O diagnóstico do TDAH é basicamente clínico, fruto da observação e descrição, sendo necessário o relato do paciente e dos pais ou responsáveis. Para que se inicie o levantamento de hipóteses, ao menos 6 sintomas precisam transparecer em crianças e 5 em adultos. Desta forma seu diagnóstico é bastante complexo e exige o acompanhamento de um profissional.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade possui tratamento: através de psiquiatra, psicólogo, pedagogo e pais,o tratamento se dá pelas terapias cognitivo-comportamentais e muitas vezes atrelado ao uso de medicamentos.
No podcast, o apresentador traz diversas perspectivas do TDAH e compartilha dicas de como levar a vida com mais qualidade mesmo com o transtorno. Uma das dicas que ele aponta é atrelar os tratamentos à atividade física e a boa alimentação, reforçando bons hábitos para a saúde mesmo que às vezes seja difícil de pôr em prática todos os dias. A importância da atividade física aeróbica é fundamental para quem tem TDAH ou ansiedade, pois vai impactar diretamente com a auto regulação da respiração e consequentemente da inteligência emocional, aumentando a maturidade.
Ainda no Podcast, Saymon ressalta que o TDAH nada mais é que uma falha na capacidade de gerenciar o comportamento visando um objetivo futuro, visto que ele atinge o córtex pré-frontal que é o responsável pela nossa habilidade com o planejamento. Desta forma, o paciente vive um eterno presente, o que deixa os comportamentos impulsivos ainda mais fortes. Para auxiliar, Saymon trouxe uma estratégia para quem tem TDAH: gamificar a vida, criar mini metas de curto/médio prazo e se guiar por objetivos que de fato trazem motivação e liberam dopamina - dessa forma é possível trabalhar na motivação, no comportamento e na visão de futuro, guiando o paciente e possibilidade uma melhor qualidade de vida.
Para saber mais sobre o TDAH e como conviver com ele, assista o Lutz Podcast completo com Saymon Veiga aqui e não se esqueça: é possível ter uma vida leve com TDAH, se informe e busque ajuda de profissionais seja para você ou para seu filho.
Com empatia, amor e uma equipe voltada para o tratamento é possível levar uma vida leve e com menos impactos negativos. Seja para você, seu filho ou conhecido, não hesite em procurar ajuda, você não está sozinho!